quinta-feira, 3 de março de 2011

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"O DNIT não comentou sobre a possibilidade de construir uma ponte no lugar do bueiro e assim evitar futuros rompimentos da rodovia federal no lugar”, JORNAL DE FATO.

As aulas foram suspensas. O comércio deixou de receber suprimentos. A água já não tem nas torneiras há dois dias. Os serviços bancários também estão prejudicados. O atendimento médico está sendo realizado com dificuldades. O Carnaval foi suspenso. O prefeito Francisco das Chagas Vieira de Melo, o “Bibi de Nenca”, decretou estado de emergência e pediu ajuda ao Governo do Estado e a órgãos do Governo Federal.
A cidade de Campo Grande ficou isolada ao clareado do dia de segunda-feira, depois de uma chuva de 100 milímetros na região, que compreende entre os municípios de Caraúbas, Governador Dix-sept Rosado, Campo Grande e Upanema, fazendo se romper dois açudes e subir o nível do riacho Ariosa. O bueiro da BR-110, na entrada da cidade, não suportou e a força da água destruiu totalmente cerca de trinta metros de asfalto. Outro trecho de 50 metros ficou parcialmente destruído. A Polícia Rodoviária Federal interditou o trecho.
Mas antes da interdição, quando a água começou a subir, pegou de surpresa 8 pessoas (entre elas um bebê de três meses) que estavam num Pálio e em duas motos. As pessoas saíram antes de a correnteza levar os veículos. As duas motos foram encontradas no mesmo dia, debaixo de um banco de área. Já o carro foi levado pela correnteza por cerca de um quilômetro e só foi encontrado ontem à tarde. Foi retirado do leito do riacho por um trator.
O acesso à cidade de Campo Grande só é possível por dois lugares: a nado pelo riacho Ariosa, para quem está em Janduís, Caraúbas e Triunfo Potiguar. O outro acesso é pela estrada de barro (BR-110), trecho Mossoró Campo Grande, passando por Upanema. Este trecho já deveria ter sido asfalto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), mas como não foi, o tráfego neste período de inverno é dificultado. Neste caso, para quem está em Janduís e Caraúbas, por exemplo, o acesso de carro só seria possível por Mossoró.
O prefeito Bibi de Nenca disse que até ontem os Governo Federal e Estadual ainda não haviam iniciado o processo de recuperação da BR-110 e nem de restabelecimento do abastecimento de água da cidade. Ao JORNAL DE FATO, o DNIT informou que hoje ou amanhã já vai estar iniciando emergencialmente o aterramento do trecho destruído para iniciar a recuperação. Não comentou sobre a possibilidade de construir uma ponte no lugar do bueiro e assim evitar futuros rompimentos da rodovia federal no lugar.
Bibi de Nenca disse que a governadora Rosalba Ciarlini ligou para ele ontem pela manhã e assegurou tudo que fosse necessário para restabelecer o acesso à cidade. “Eu pedi apoio de máquinas para construir um acesso numa área de baixio no riacho Ariosa enquanto a obra é feita. A possibilidade de se instalar uma ponte móvel foi descartada, pois o DNIT pretende iniciar hoje ou amanhã o trabalho de recuperação do trecho e a ponte atrapalharia”, conta o prefeito, lembrando que de qualquer jeito precisa do acesso para recomeçar os serviços básicos da cidade, como saúde, educação e principalmente água.
O município de Campo Grande tem 9,3 mil habitantes, sendo que 5,5 mil na cidade. Esta não é primeira vez que a cidade fica isolada. Em outras três ocasiões aconteceram rompimentos de açudes e o mesmo trecho da BR 110 não suportou. O prefeito Bibi de Nenca disse que o ideal seria o DNIT construir uma ponte no local, em substituição ao bueiro. Sobre os açudes sem manutenção, o prefeito disse que disponibilizou tratores para os proprietários destes reservatórios recuperarem. “Não podemos incorrer no mesmo risco”, conclui.

Fonte: Jornal de fato

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